terça-feira, 28 de junho de 2011

Metalúrgicos mobilizam trabalhadores da Agrale e da Guerra





Sindicato realizou assembleias em duas empresas 

Nem a temperatura negativa da manhã desta terça-feira, dia 28, em Caxias do Sul, impediu os trabalhadores das empresas Agrale e Guerra de pararem para ouvir a direção do Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul e Região. Os sindicalistas realizaram as assembleias nas duas empresas para convocar os trabalhadores para a assembleia-geral, que será realizada na próxima sexta-feira, dia 1º, na sede da entidade, na Rua Bento Gonçalves, 1513, para decidir se a categoria aceita a proposta do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul (Simecs).

Por volta das 7h, o termômetro marcava -2ºC, quando chegaram os trabalhadores da Guerra SA, empresa que obteve em 2010 crescimento de 56%, totalizando uma receita líquida de R$ 467,8 milhões, contra R$ 299,5 milhões do ano anterior. “A China, que foi o país que mais se desenvolveu nos últimos anos, cresceu 9% e as empresas de Caxias do Sul cresceram em média 31,8%, então não podemos nos contentar com apenas 8% de reajuste:”, afirmou o vice-presidente do Sindicato, Leandro Velho, observando que a antecipação dos 8%, recomendado pelo Simecs às empresas associadas não invalida a luta dos trabalhadores. “É até bom que antecipem, mas não podemos nos iludir porque o aumento real nestes 8% é de apenas 1,56%, visto que a inflação no período foi de 6,44%, então a nossa luta não se encerra aí”.

O diretor do Sindicato, Luis Fernando da Silva, que também é trabalhador da Guerra, observou que apesar de todos os resultados positivos, a empresa, considerada a segunda maior fabricante nacional de implementos rodoviários, apresenta muitos problemas, como locais insalubres. “Muitos trabalhadores do setor de semi-reboques estão sofrendo com Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e continuam tendo que trabalhar nas mesmas condições”. 

Na Agrale, que fechou o ano com lucro líquido de R$ 27 milhões, representando margem final de 4,2% e um lucro bruto 54% maior que em 2009, os trabalhadores de dois turnos pararam para ouvir o apelo para que a categoria se mantenha unida. “O Sindicato sozinho não conquista nada se não houver a mobilização de toda a categoria”, afirmou o secretário-geral do sindicato, Jorge Rodrigues, conclamando os trabalhadores para que sexta-feira participem da caminhada da empresa até a sede do  Sindicato. “Os empresários podem ser donos das fábricas, mas não podemos deixa-los se apropriarem da nossa capacidade, pois eles mesmos admitem que somos uma mão de obra altamente qualificada”, encerrou Leandro Velho. 

Os metalúrgicos reivindicam reajuste salarial de 14%, baseado na soma da inflação de 6,44% calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e 7,5% de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) acumulado nos últimos 12 meses. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário